Sousa Bastos dá notícia de estarem a acontecer quatro epidemias no Brasil que põem em causa a sustentabilidade da sua companhia. Dadas as circunstâncias que todos testemunhamos por causa do Covid19, dir-se-ia que este manuscrito poderia ter sido escrito, apesar dos seus cerca de cento e vinte anos de idade, no dia de hoje: ..."Os lucros do começo estão sendo agora absorvidos pela enorme crise que o Rio atravessa. Não há vintém. O comercio está desgraçado. Por cima de tudo isto, reinam quatro epidemias: febre amarella, typhos, bexigas e peste bubonica! Resultado: ha dias em que só trabalha o meu theatro e não chega a ter uns quantos de cara! É espantoso! A prudencia e os meus interesses aconselhavam-me a que me retirasse imediatamente d´aqui; mas, como fazel-o, se o meu contracto com o Celestino (da Silva -proprietário do "Theatro Apollo") e os contractos dos artistas só terminam a 12 de Novembro? ... No dia 13 de Novembro para ahi partiremos no "Clyde", devendo lá chegar a 27. Se a quarentena o permittir, estreiaremos ahi a 30..."
Sousa Bastos faz ainda referência ao repertório que a sua companhia tem apresentado: "Revista, 27 vezes; Pena de Satanaz, 20; Testamento da velha, 15; Solar dos Barrigas, 12; Boneca, 11; Giroflé, 10; Doidos com juizo, 9;" etc, e guarda umas linhas para escrever sobre a sua esposa, a actriz Palmira Bastos, e sobre "a reforma da reforma" do Theatro de D. Maria.
Folha timbrada da "Companhia Sousa Bastos - Theatro "Apollo" - Rio de Janeiro". Dim: 20,8cm x 13,3cm.
Bem conservada. Conteúdo de grande interesse. (Indisponível)
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