- Poemas -
Pedro Homem de Mello
Artes Gráficas. Porto, 1975. In-8.º, de 139 (5) páginas. Dim: 12,3cm x 18,7cm. Brochado.
Ilustrado com dois retratos em folhas extratexto, ambos da autoria de Carlos Carneiro, sendo um de Maria Helena Pamplona (esposa de Pedro Homem de Mello) e o outro do Poeta.
" Cabanas
Rastro de alguém, que há muito fora embora,
A minha casa, agora, mal existe.
A minha casa é triste porque é triste.
Boca de pedra que, em silêncio, chora...
Qualquer coisa sem fim que não se expande
Lê-se nos olhos do seu rosto sério.
Reduto magro de opulento império,
A minha casa é grande porque é grande.
Só de evocá-la, escura, e, assim tão fria,
Sinto ameaças negras de além-mundo.
Mastro a boiar à noite, em mar sem fundo,
A minha casa é fria porque é fria.
Corpo que em mim unicamente existe,
Alma que em mim unicamente mora.
Boca sem lábios que, em silêncio, chora,
Grande, ignorada, fria, escura, triste...
Arca vazia de oiro, mas repleta
Só daqueles poemas que lhe dei!
Flor sem aroma, sem raiz, sem lei...
Ó minha inútil casa de poeta!
Exemplar autografado pelo punho do Poeta
Muito bom exemplar, protegido por uma folha de papel "Cristal" e com o miolo em estado irrepreensível. 45€
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